DISCOS
Mr. Chop
For Pete`s Sake
· 27 Jan 2010 · 23:00 ·

Mr. Chop
For Pete`s Sake
2009
Five Day Weekend / Flur
Sítios oficiais:
- Mr. Chop
- Five Day Weekend
- Flur
For Pete`s Sake
2009
Five Day Weekend / Flur
Sítios oficiais:
- Mr. Chop
- Five Day Weekend
- Flur

Mr. Chop
For Pete`s Sake
2009
Five Day Weekend / Flur
Sítios oficiais:
- Mr. Chop
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- Flur
For Pete`s Sake
2009
Five Day Weekend / Flur
Sítios oficiais:
- Mr. Chop
- Five Day Weekend
- Flur
A paixão de Pete Rock reinterpretada pelo instrumentista e co-produtor recentemente apadrinhado por Doom.
Eventualmente, os elogios dedicados a For Pete’s Sake devem ser repartidos por Mr. Chop e Pete Rock. Só a influência do segundo sobre o primeiro possibilita um disco de versões entregue à porção mais visível de um catálogo - o do produtor e rapper Pete Rock -, que praticamente define o entrosamento do hip-hop com o jazz na década de 90. Todas as investigações nesse sentido são obrigadas a passar por Mecca and the Soul Brother, o clássico gravado com CL Smooth, que, logo no primeiro e emblemático single “T.R.O.Y.”, oferecia um curioso verso sobre um amante português com 14 anos de idade.
Para mais compacta apreciação do cunho de Pete Rock no hip-hop nova-iorquino, aconselha-se a escuta de “The World Is Yours”, indicação fulcral de como o génio e tapeçaria de Rock muito contribuíram para a afirmação artística de Nas logo de rompante com Illmatic. Ao lado de DJ Premier, responsável pela produção da bomba de atitude “N.Y. State of Mind”, o Pete Rock de “The World Is Yours” coroava o flow de Nas, numa temporada em que este parecia realmente o melhor MC do mundo. E tudo isto recorrendo somente a ingredientes caracteristicamente seus: uma batida verdadeira como o seu tempo, um piano enaltecido pelo calor do vinil e um sample de sopro que está sempre a fugir (como as carruagens do metro). Sem nunca comprometer a sua visão, Pete Rock sofreu mais tarde alguns dissabores, entre os quais um diferendo com a Elektra, que recusou o álbum Center of Attention, alegando que devia conter umas batidas mais Puffy (hoje conhecido por P. “qualquer coisa”).
Mr. Chop parece ter retido essa lição de rebeldia construtiva no modo como aproveita a semente Rock para erguer castelos com um renovado design psicadélico e groovy, que não deixa de ceder alguma margem ao improviso. Determinadas versões recordam até as jams dos Beastie Boys, durante as sessões em que se refugiavam em Los Angeles rodeados de instrumentos e com vontade de esquecer a Def Jam. Ocasionalmente, as versões incluídas em For Peter’s Sake descobrem como contornar os samples mais reconhecíveis de Pete Rock até que o clímax venha celebrar bem alto o prodígio do Bronx. É por isso que o núcleo da fabulosa “T.R.O.Y” passa primeiro pela guitarra e só depois surge na sua forma original (um incrível pedaço de sopro).
O mais significante mérito de For Pete’s Sake acaba por residir na sua capacidade de nos relembrar da grandeza e intemporalidade dos grooves e loops de Pete Rock, numa altura em que cada novo disco de hip-hop parece mais distante da essência da primeira metade dos anos 90. Mr. Chop é particularmente feliz nesta homenagem a Pete Rock, cuja visão ainda ecoa num disco muito mais apaixonado do que ambicioso, tal como o próprio homem.
Miguel ArsénioPara mais compacta apreciação do cunho de Pete Rock no hip-hop nova-iorquino, aconselha-se a escuta de “The World Is Yours”, indicação fulcral de como o génio e tapeçaria de Rock muito contribuíram para a afirmação artística de Nas logo de rompante com Illmatic. Ao lado de DJ Premier, responsável pela produção da bomba de atitude “N.Y. State of Mind”, o Pete Rock de “The World Is Yours” coroava o flow de Nas, numa temporada em que este parecia realmente o melhor MC do mundo. E tudo isto recorrendo somente a ingredientes caracteristicamente seus: uma batida verdadeira como o seu tempo, um piano enaltecido pelo calor do vinil e um sample de sopro que está sempre a fugir (como as carruagens do metro). Sem nunca comprometer a sua visão, Pete Rock sofreu mais tarde alguns dissabores, entre os quais um diferendo com a Elektra, que recusou o álbum Center of Attention, alegando que devia conter umas batidas mais Puffy (hoje conhecido por P. “qualquer coisa”).
Mr. Chop parece ter retido essa lição de rebeldia construtiva no modo como aproveita a semente Rock para erguer castelos com um renovado design psicadélico e groovy, que não deixa de ceder alguma margem ao improviso. Determinadas versões recordam até as jams dos Beastie Boys, durante as sessões em que se refugiavam em Los Angeles rodeados de instrumentos e com vontade de esquecer a Def Jam. Ocasionalmente, as versões incluídas em For Peter’s Sake descobrem como contornar os samples mais reconhecíveis de Pete Rock até que o clímax venha celebrar bem alto o prodígio do Bronx. É por isso que o núcleo da fabulosa “T.R.O.Y” passa primeiro pela guitarra e só depois surge na sua forma original (um incrível pedaço de sopro).
O mais significante mérito de For Pete’s Sake acaba por residir na sua capacidade de nos relembrar da grandeza e intemporalidade dos grooves e loops de Pete Rock, numa altura em que cada novo disco de hip-hop parece mais distante da essência da primeira metade dos anos 90. Mr. Chop é particularmente feliz nesta homenagem a Pete Rock, cuja visão ainda ecoa num disco muito mais apaixonado do que ambicioso, tal como o próprio homem.
migarsenio@yahoo.com
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